Entre 14 a 16 de julho, a Lourinhã voltou a receber a Recriação Histórica da Batalha do Vimeiro & Mercado Oitocentista, recebendo 220 recriadores, naquela que foi a edição que contou com maior número de nacionalidades envolvidas, provenientes de nações que outrora estiveram em guerra, mas que hoje o fazem sob o signo da paz, da partilha e do intercâmbio cultural.

Para José Tomé, vice-presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, “é com muito orgulho que o concelho da Lourinhã recebe um tão elevado número de grupos de recriação histórica, numa edição muito especial, com o tema “Da Guerra para a Paz”. Reforçou, também, que “esta iniciativa só é possível graças ao envolvimento de todas as entidades que compõem a organização, nomeadamente Câmara Municipal da Lourinhã, Junta de Freguesia do Vimeiro, Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro (AMBV) e Associação Napoleónica Portuguesa (ANP), comunidade local e todos os recriadores que vieram de perto e de muito longe para fazerem deste evento um sucesso. Este é, sem dúvida, um dos eventos mais importantes do ano, para a Lourinhã”.   

Esta edição contou com a presença de grupos de recriação como os Effectif de la Musique de Saint-Lys (França), a Asociación de Infantería Británica Reg.28 th North Gloucestershire de Arroyomolinos (Espanha), o Regimento 34 The Border Regiment en la Sorpresa de Arroyomolinos (Espanha), a Asociación Historico Cultural Recreadores Baluarte (Espanha), a Asociación Cultural "La Partida de Camuñas" (Espanha), a Legion Extremeña da Associação Voluntarios Extremadura (Espanha), os Voluntários de Madrid (Espanha), a Associação Portuguesa de Recriação Histórica (Portugal), o Grupo de Recriação Histórica de Condeixa, de Portugal, o 30th Regiment of Foot (Inglaterra), o 1st Light Battaltion The Kings German Legion (Inglaterra), o 44th East Essex, Napoleonic Association (Inglaterra), o UK 44th of the Canadian Fencibles (Canadá), o Grupo de Recriação Histórica do Município de Almeida (Portugal), a Associação de Cultura e Recreio 13 de setembro de 1913 (Portugal), o Grupo Armas da História, de Portugal (Portugal), o Grupo de Recriação da Batalha da Roliça (Portugal) e, também, a Associação Para a Memória da Batalha do Vimeiro (Portugal).

Para além dos espetáculos recriados, como o acampamento militar e o baile oitocentista, ao longo dos três dias de evento foram várias as atividades que pretenderam trazer todas as gerações ao Vimeiro, onde os mais novos contaram com momentos de magia, ateliers, atividades de leitura e peças de teatro e os adultos com animação de rua, tasquinhas, workshops, mostras de produtos gastronómicos e artesanato. Destaque ainda para concertos e atuações teatrais, que abordaram os perigos da guerra e os caminhos que levaram ao confronto, mostrando, ao mesmo tempo, como evitá-lo, abordando a importância da cooperação, entreajuda, diálogo, amizade e entendimento.

O evento Recriação Histórica da Batalha do Vimeiro & Mercado Oitocentista volta a realizar-se nos dias 19, 20 e 21 de julho do ano de 2024.

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Sobre a Batalha de Vimeiro:

A Batalha de Vimeiro foi travada no dia 21 de agosto de 1808 entre o Exército Francês, comandado por Junot, e o Exército Anglo-Luso, sob o comando de Sir Arthur Wellesley.

As tropas anglo-lusas mantiveram uma posição defensiva no Vimeiro. Os franceses, reunidos em Torres Vedras, decidiram tomar a ofensiva, chegando à Carrasqueira na manhã de 21 de agosto. A partir desse ponto, Junot deu ordem de marcha para a batalha.

Os confrontos mais importantes e decisivos aconteceram no outeiro do Vimeiro. Após dois ataques fracassados e percebendo a impossibilidade de tomar o outeiro, Junot enviou tropas para tomar a localidade. Na zona da Igreja, travou-se uma peleja que acabou com a retirada dos franceses, perseguidos pela cavalaria anglo-lusa.

Sem conhecimento da situação do flanco esquerdo, duas brigadas francesas confrontaram os britânicos nos altos da Ventosa. Uma vez mais, os franceses viram-se forçados a recuar.

Foi uma vitória do Exército Anglo-Luso sobre as forças da França Imperial, pondo termo à Primeira Invasão Francesa. Junot perdeu cerca de dois mil homens, entre mortos, feridos e prisioneiros e o exército anglo-luso cerca de 700.