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Livros a Oeste 2022
Cultura

Começou 10ª edição do Festival Literário “Livros a Oeste”

10 maio, 2022

Foi com uma grande salva de palmas de um auditório da AMAL repleto de crianças e jovens que começou, esta terça-feira (10 de maio) a 10.ª edição do Festival Literário “Livros a Oeste”, na Lourinhã. As palmas serviram para assinalar os 10 anos deste importante evento cultural, organizado pelo município da Lourinhã. O mestre de cerimónias da abertura do festival foi o humorista e escritor Jorge Serafim, que é já um repetente no “Livros a Oeste”. Desde o início, o humorista agarrou por completo a audiência, provocando várias gargalhadas. No entanto, pelo meio das piadas, Jorge Serafim foi explicando a importância dos livros e da leitura, elogiando o papel do município na realização de um evento tão importante na celebração dos livros, da literatura, do diálogo e da partilha.

Tendo como o tema “A Linguagem é um Vírus”, a edição de 2022 marca o regresso ao formato presencial, depois de uma interrupção do evento em 2020, devido à Covid, e de uma edição online o ano passado. O tema escolhido é uma célebre frase do escritor William S. Burroughs, recordando a poderosa metáfora criada por um dos grandes nomes da “beat generation”, a qual ganhou uma força redobrada dadas as circunstâncias mundiais que vivemos.

João Morales, coordenador do festival desde a primeira hora, deu conta da sua satisfação por já terem decorrido dez edições deste festival. “Toda a Lourinhã está de parabéns”, salientou, referindo que o evento se tornou parte integrante da comunidade e deixou de ser olhado com alguma desconfiança, pela novidade, como de início.

“Novamente em carne e alma, que é como quem diz, de forma totalmente presencial, porque nada substitui o convívio desta maneira”, disse, bastante satisfeito, o vereador da Cultura e da Educação, José Tomé. “Podermos assinalar uma década de um festival que transformou o panorama cultural da Lourinhã é, sem margem para dúvidas, uma satisfação redobrada e um orgulho justificado”, adiantou. O autarca referiu que o programa conta, mais uma vez, com uma programação variada e apelativa, trazendo dezenas de convidados para conversas e outras atividades, com o livro e a leitura no centro das atenções.“A lista de convidados é extensa e apelativa, como tem sido marca identitária no planeamento e concretização destes encontros, que não se restringe a romancistas, poetas ou ensaístas, antes privilegiando a capacidade de partilhar ideias e olhares distintivos e desafiantes, demonstrando como o convívio pelas palavras é o cerne de um festival literário”, explicou.

Além das habituais conversas e apresentações de livros, este ano o festival avança no horário, convidando os espectadores a continuarem depois da última sessão das 21h30m. Em duas das noites da semana, o festival assenta arraiais no Consultório Taberna (a partir das 23h00) para uma tertúlia informal com a poesia ao centro, onde se ouvirão poemas de vários dos convidados, com a esperança de que os poetas anónimos da Lourinhã se juntem e partilhem a sua escrita. Da mesma forma, de terça a sexta-feira, volta Os Cantos das Palavras, na Praça José Máximo da Costa, momento em que são desafiados todos os que por ali passem a parar uns minutos e lerem ao microfone um poema, uma crónica ou a passagem de um livro.

Nesta edição, há ainda uma atenção especial à vida e obra de José Saramago, cujo centenário se assinala um pouco por todo o país. Por isso, o dia 12 é maioritariamente dedicado a este autor.Como sempre, uma parte substancial da programação foi pensada para o público em idade escolar, “criando oportunidades para os alunos dos diferentes ciclos de ensino conhecerem os autores e as suas obras, consolidando o gosto pelos livros, abrindo portas para um entendimento crescente das possibilidades inerentes à descoberta das palavras e das ideias, pelos livros, pela escrita, pela leitura, mas igualmente pela convivência com outras manifestações artísticas”.

Na opinião de José Tomé, a prática regular e orientada da escrita pode ser a chave para descobrir um talento literário ou apenas ajudar a dominar uma boa técnica de expressão. Nessa linha de raciocínio, o tema escolhido para a edição deste ano do Prémio Literário Livros a Oeste | Câmara Municipal da Lourinhã, é também uma discreta homenagem ao centenário de uma das mais influentes obras da literatura universal, “À Procura do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. Segundo o autarca, o município criou este prémio “porque acreditamos que escrever é importante, pois deixa a mente fluir, deixa o nosso pensamento no papel e estimula a imaginação e a criatividade”. Nesta 10ª edição foi aberta uma terceira categoria destinada ao público em geral. José Tomé relevou também o papel insubstituível dos professores, “na justa medida em que eles podem e devem ser uma referência e a fonte de motivação para os seus alunos, nesta área e em todas as outras da vida em sociedade”.

Durante toda a semana está a decorrer a Feira do Livro, realizada pela Convergência, instalada numa tenda na Praça José Máximo da Costa (frente à Câmara Municipal). Em especial destaque estarão as obras dos convidados.