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Igreja de São Lourenço dos Francos

Diz a tradição popular que perto da igreja de S. Lourenço dos Francos terá existido a mítica cidade de Monardo dos Francos que uns dizem erguida por cartagineses e outros por celtas. Aqui se terão fixado os romanos (foram encontrados vestígios de residências e de condutas de água) e depois os francos vindos com D. Jordão, o que terá dado origem ao topónimo dos Francos. Cataclismos naturais terão arruinado a cidade, dispersando os seus habitantes.

Até 1555, os casais e os lugares dispersos existentes em redor da igreja pertenciam à única paróquia da época, Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã. Os habitantes, representados pelos irmãos da Confraria de S. Lourenço dos Francos, pedem a criação de nova freguesia ao Arcebispo de Lisboa, D. Fernando de Vasconcelos e Meneses, que a autoriza, sediando-se a nova Paróquia de S. Lourenço dos Francos na igreja de um velho e arruinado Convento de Agostinhos, que é totalmente reconstruída sob evocação de S. Lourenço. Entre 1681 e 1687 são construídos os muros do adro, a torre sineira, as casas de arrecadação e é feito o revestimento a azulejo do batistério e da nave. No início do século XXI são realizadas importantes obras de restauro que tornaram o local, inserido numa zona de várzea agrícola, um belo e agradável espaço de lazer e espiritualidade.

A igreja de S. Lourenço dos Francos é um templo rural do século XVI, com as características da arquitetura do renascimento rural estremenho. É de uma só nave, com alpendre de três águas sob a porta principal, com larga abertura frontal, sustentado por colunelos assentes em murete. Todo o interior da nave é revestido a azulejo seiscentista de tipo “Tapete”, tal como o batistério do século XVII onde se encontra uma pia batismal quinhentista, de pedra circular. O retábulo do altar-mor, do século XVIII, é decorado com colunas salomónicas em talha dourada que ladeiam o trono. Possui um invulgar sacrário redondo e duas imagens em pedra policromada, também quinhentistas, de S. Lourenço e S. Martinho. Na parede à esquerda do púlpito, um registo em azulejo policromado do século XVII mostra dois anjos adorando a custódia com partícula. Em 1737 foi acrescentada a capelamor e suas nas cabeceiras exteriores foram colocadas duas lápides, incorporadas nos cantos, dedicadas a Júlia Máxima e Caio Júlio Lauro e que testemunham a romanização da região.

A frontaria é de empena em bico, ladeada por torre sineira e telhado de duas águas.

Coordenadas: 9:16:05.016,39:13:35.378